Azul ou Vermelho? O Problema Vai Muito Além da Cor da Camisa da Seleção.

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“Estamos diante de uma crise de identidade no futebol brasileiro.”

Quem me conhece sabe: futebol seria um dos últimos assuntos que vocês me ouviriam comentar. Os motivos são simples — não sou adepto, tampouco praticante desse esporte. No entanto, quando o tema é a Seleção Brasileira, é inevitável: todo brasileiro tem uma opinião. Afinal, estamos falando de um símbolo nacional, algo que vai além do esporte — fala diretamente ao coração e à identidade de um povo.

Em meio a tantos vídeos e opiniões espalhados pela internet, um em especial me chamou atenção: uma fala do jornalista Ivan Moré, ex-comentarista do Globo Esporte. Ele resume com precisão: “Estamos diante de uma crise de identidade no futebol brasileiro.” E isso vai muito além da polêmica recente sobre a possível mudança da tradicional camisa amarela para o azul ou vermelho. Para alguns, a troca parece apenas uma tentativa de renovação visual. Mas, na verdade, revela um problema estrutural muito mais profundo.

Imagem criada por IA

A camisa não é o problema

A camisa amarela, imortalizada por lendas como Pelé, Romário, Ronaldo e tantos outros, carrega mais do que uma cor: ela simboliza eras de glória, entrega e paixão. Trocar a cor do uniforme não resolve o que realmente está em jogo. Não se trata de azul, vermelho ou amarelo — trata-se de liderança, identidade e propósito.

Uma crise que vem de cima

O verdadeiro desafio não está no desempenho dentro das quatro linhas, mas na falta de liderança fora delas. Assim como uma empresa só prospera com líderes que têm visão clara e estratégica, a Seleção precisa de gestores que enxerguem além do marketing e da estética. É preciso investir na formação de base, na transparência das federações e no resgate do que realmente importa. O que vemos, infelizmente, são decisões rasas, desconectadas da essência do futebol brasileiro. Sem liderança sólida e direção bem definida, trocar a camisa é só maquiar o problema.

Não é só futebol, é CULTURA!

O futebol brasileiro é um patrimônio cultural. Tentar reinventá-lo sem cuidar de sua base é como reformar a fachada de uma casa com as estruturas comprometidas. O que sempre fez do Brasil uma potência no futebol não foi a cor da camisa, mas sim o talento genuíno, a criatividade em campo e a paixão do povo. Isso se perde quando as decisões priorizam aparência em vez de essência.

O que podemos aprender disso tudo?

Seja em um time de futebol, em uma empresa ou na vida pessoal, mudar a aparência não adianta se a essência continuar adoecida. Identidade não se constrói com rebranding, mas com valores, direção e verdade. A cor da camisa pode mudar — mas sem propósito, nenhuma cor vai devolver ao Brasil o brilho que o mundo aprendeu a admirar.

Olhar de fora, sim — mas com a clareza de quem entende de propósito, posicionamento e identidade.

— Jordan Monteiro, Publicitário & estrategista.

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